Sim, assim como eles podem brincar juntos, eles podem aprender juntos. Da mesma forma como o mais velho ensina brincadeiras e o mais novo faz de tudo para aprender e jogar bem como o irmão, isso pode acontecer nos estudos.  Entretanto, nessa realidade é preciso valorizar o tempo junto e o tempo individual, em que cada um demonstra suas particularidades, busca enfrentar seus desafios e foca em seus interesses.

A construção do compromisso de viver em família pode acompanhar a construção da individualidade. Esse é um dos desafios da família educadora que não quer cometer o erro de criar individualistas ou pessoas sem personalidade; como também não quer ignorar uma dificuldade ou um talento. Então, o que podemos fazer?

Uma das opções é verificar se na sua rotina há momentos para o tempo em família, tarefas e atividades cooperativas/compartilhadas. Passeios em parques, museus, assistir um documentário, observar uma obra de arte, apreciar uma composição musical, produzir um desenho, brincar com jogos de tabuleiros, quebra-cabeças, dominó, jogos de cartas são exemplos de como todos da família podem estar juntos aprendendo e ensinando sobre o mundo, animais, números, cores, história, estratégia, sequência e etc. Tudo isso em conversas ricas de boas perguntas e boas respostas.

Para os momentos formais, uma boa dica é realizar o momento de introdução do assunto em conjunto, com uma boa leitura em voz alta, para posterior divisão em que cada um aprofunde no tema conforme sua maturidade. Há a possibilidade de fazer o contrário, tendo um assunto em mente, todos devem ler, desenhar, construir um lego, perguntar para uma outra pessoa sobre o tema, após isso todos devem se encontrar para ouvir/ apreciar a conquista de cada um.

Uma outra dica é pedir para o mais velho explicar em forma de apresentação com auxílio de uma lousa ou outros materiais algo que os mais novos estão aprendendo, isso dará a você a oportunidade de avaliar o aprendizado dele, afinal de contas quando conseguimos realmente aprender um determinado assunto, nós conseguimos explicá-lo para outros.

Os momentos individuais, em que cada um faz o que lhe é particular precisam estar explícitos na rotina da família, de forma que todos respeitem. Uma dica é deixar um horário comum na rotina para as atividades individuais, todos estarão fazendo um estudo necessário ou de seu maior interesse. Além disso, é preciso separar no seu cronograma um momento como pai/mãe educadora junto com cada filho, separadamente, uma atenção especial, nem que seja apenas para conversar sobre seus interesses.

E sabe de um detalhe importante?   Faz muita diferença quando os pais valorizam esse interesse pessoal querendo saber mais, buscando de alguma forma estar junto com cada filho em suas preferências. Além disso, o momento de expressão individual não é sinônimo de isolado, sozinho; aliás, cada talento pode ser admirado pelos familiares!

Nesse passo, a individualidade pode sim crescer de maneira saudável  junto com a identidade, pertencimento e responsabilidades sociais na família.